Almirante Sergio Tasso Vásquez de Aquino
Rio de Janeiro 25 Out 2011
Rio de Janeiro 25 Out 2011
Notícias veiculadas pela imprensa, nos últimos dias, dão conta de que o dinheiro público desviado pela corrupção dos agentes governamentais, nos Três Poderes, nos três níveis administrativos e nas empresas públicas, e dos responsáveis pelas ONGs apadrinhadas pelos governos federal, estaduais e municipais, montou a 82 bilhões de reais, no último ano. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-FIESP, o assalto aos cofres públicos atingiu 720 bilhões de reais nos dez anos recentes.
Em outra versão mais modesta, "O Globo", na primeira página da edição de domingo, 23 de outubro, citando dados da Advocacia Geral da União, afirma que, "de 2003 a 2010, pelo menos, 67,9 bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos para o ralo da corrupção". De qualquer sorte, são números impressionantes, que atestam o desperdício gigantesco de recursos que poderiam ter sido empregados no aperfeiçoamento e no progresso nacionais, na melhoria real da qualidade de vida do nosso povo sofrido.
Quem mora no Brasil tem sentido na carne o crescimento exponencial da corrupção no panorama nacional, máxime nos órgãos do governo, a partir do início do consulado lulopetista, caracterizado pelo amplo, geral e irrestrito "aparelhamento" do Estado, com pessoas escolhidas apenas por critérios de alianças e acordos políticos, e totalmente despreparadas para os cargos e funções a que foram guindadas, inclusive nos aspectos morais, como triste e sobejamente demonstrado pelos fatos.
Desde o início de nossa existência como Nação, incluindo o período de formação, ainda nos tempos coloniais, convivemos com formas mais ou menos acentuadas de malversação dos recursos públicos e de desvios dos tributos arrancados da população para bolsos indignos e indevidos.
Os promotores e beneficiários da roubalheira, historicamente denunciada desde o Padre Antônio Vieira, visavam o enriquecimento pessoal, de parentes, amigos, agregados e compadres, exatamente da forma como ainda agem os caciques políticos de todos os partidos, já que nenhum destes se salva do oportunismo venal escancarado por suas ações correntes e de seus membros, com destaque, porém, para certas e conspícuas personalidades e lideranças atuais do PMDB, perfeitamente conhecidas e identificadas pela Nação, e que se julgam e são julgadas, por alegres aliados da situação e promotores do caos, como "pessoas não-comuns", acima, portanto, do bem e do mal.
A ascensão do PT ao poder, que, na oposição se fazia passar como o poço da ética e da virtude, o grande censor, denunciador dos erros reais, virtuais e imaginários de tudo e de todos, revelou uma nova, mais cruel e mais generalizada forma de corrupção, de fundo ideológico, destinada a desmoralizar e destruir as estruturas "burguesas" da ordem estabelecida, para permitir e facilitar "a construção" do Estado marxista na nossa terra. Mas, como ninguém é de ferro e o apelo da pecúnia, a qualquer preço, é muito tentador para os espíritos menos bem formados, passaram a ser abundantes, sufocantes em números e nos valores subtraídos, os casos de enriquecimento ilícito de "companheiros" e aliados, sempre em prejuízo do erário e do Bem Comum ou através de associações espúrias, à base do tráfico de influência.
O resultado disso tudo são a educação, a saúde e o saneamento, a habitação e a alimentação populares, a segurança, a infra-estrutura de energia, transportes e comunicações, o desenvolvimento científico e tecnológico em frangalhos, conforme o cidadão comum verifica a cada passo, ao procurar os órgãos e serviços públicos que lhe deveriam estar disponíveis, em face dos altíssimos tributos cobrados pelo Estado.
As sucessivas reportagens dos noticiários da televisão e dos jornais e periódicos exibem, diuturna e tristemente, a falência de tudo: escolas destruídas, pessoas morrendo à porta dos hospitais, que fazem dos corredores improvisadas e inadequadas enfermarias, estradas esburacadas e ceifadoras de vidas, insegurança generalizada no campo e nas cidades, não importa mais o seu tamanho, doença e miséria por toda a parte.
As fantasiosas e róseas versões governamentais, trombeteadas por caríssimas peças de propaganda, difundem suas mentiras, aquilo que convém aos "donos do poder", no afã de manter iludido o povo, para permitir-lhes o monopólio do poder político, "a qualquer custo e a qualquer preço", por muito tempo, por todo o tempo.
É preciso que todos percebam que a destruição da base física do nosso País, como salta aos olhos a cada passo nas cidades malcuidadas e nos campos empobrecidos e palcos de lutas pela terra, em todos os aspectos que dificultam crescentemente a vida dos cidadãos, como antes demonstrado, decorrem, em grande parte, do vírus mortal da corrupção que nos esmaga e sufoca. É essa maldita corrupção, em verdade, o maior tributo pago pelos brasileiros! Mais que isso, porém, está sendo destruída a base ética, moral da sociedade, pelo incentivo deliberado, e a aceitação popular decorrente, em função de diabólica manipulação midiática, de que o vício é virtude, o errado é certo, "subir na vida" em função de falcatruas uma meta a ser perseguida e um estilo desejável de existir! Assim, pessoas de baixo caráter tornam-se queridas, heróis nacionais!
Os responsáveis e beneficiários da tremenda corrupção reinante não se abalam, não têm remorsos, sensibilidade, vergonha pelo mal que fazem. Em verdade, agem como bandidos, ao embolsarem recursos e meios que não lhes pertencem, que deveriam ser orientados para o desenvolvimento, o progresso, o Bem Comum! São ladrões, por se apossarem do que é propriedade do povo brasileiro; são assassinos, porque mortes decorrem da falência dos serviços e sistemas que inviabilizam com seus roubos; são genocidas, porque multidões sucumbem em razão dos seus crimes e malfeitos, como, por exemplo, nas epidemias não-controladas ou ressurgentes, depois de anos de extinção, ou nas 100.000 pessoas que, a cada ano e segundo a imprensa, morrem de infecção hospitalar no Brasil, ou nos milhares de inocentes vitimados por acidentes de trânsito em ruas, estradas, avenidas impróprias para o uso seguro.
A justiça dos homens tem tardado e garantido a impunidade dos malfeitores cruéis. Não têm faltado vozes bem-situadas no espectro do poder, para justificá-los, dar-lhes tapinhas nas costas e razão, dizer que é isso mesmo, que sempre foi assim, "que é preciso ter casco durão e não se deixar abater com a enxurrada de acusações", não "largar o osso" mesmo que, e principalmente, se comprovadas! Aos "amigos do rei, tudo", ainda que completamente errados e promotores de danos e males irreparáveis!
Atenção, porém! "Ojo", como dizem os hispânicos, gestores desonestos dos tributos do povo: o Senhor Deus, que tudo sabe e tudo vê, conhece bem as trevas de vossas almas, a maldade, a injustiça e a crueldade que habitam em vossos corações e movem vossas pérfidas ações, e vos pedirá contas no último e definitivo Julgamento. "De que servem ao homem todas as riquezas do mundo, em troca da perdição da sua alma imortal'? O inferno, "onde há choro e ranger de dentes" e o eterno desespero, será o vosso destino certo, se não vos arrependerdes a tempo, mudardes de vida e procurardes redimir-vos dos crimes e maldades feitos contra as vítimas inocentes dos vossos atos, através do cumprimento honrado de vossas obrigações, da devolução da fortuna mal havida para o patrimônio comum dos brasileiros e da aceitação e do cumprimento das penas merecidas por vosso tortuoso proceder!
E que as vítimas de tantas maldades sejam capazes de vencerem o conformismo, a apatia em que estão mergulhadas, de levantarem-se contra os opressores, de sacudirem os grilhões da indigna sujeição, para jamais aplaudi-los ou elegê-los de novo!
Excelente texto. Embora muito político continue insistindo que já somos quase uma país de 1º mundo, sabemos que não é bem assim. Somos um arremedo de nação apenas durante a Copa do Mundo. Os coronéis, cangaceiros, senhores de engenho e gatunos em geral que estão instalados no Congresso desvima milhões e fica tudo por isso mesmo. É uma vergonha. A melhor saída para o Brasil continua sendo o aeroporto. Sigam-me os brasileiros!
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